quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Um Poema Karamazoviano - Bruno Santana


a mágica absurda do escuro
o brilho dentrífico
a pele translúcida
o riso de escárnio

o Gato passa correndo.

a aura não está adequada
o sentido está perturbado
a roupa está rasgada
o sangue está sombrio

o Gato volta.

o sangue é forte
a decisão é sombria
a escolha é firme
a noite é companheira

o Gato espreita.

o olho torto
o bigode
a encruzilhada
a angústia

o Gato contabiliza.

o pilão
a pistola
o hábito
a cruz

o Gato pára.

Golpe
Espasmo
Tombo
Riso

Riso
Riso
Riso
Riso

o Gato delira:

" o pai,
o pai,
o pai,
o próprio pai!

o pai do sangue morreu!

Dmitri não é assassino
Aliócha é o parricida! "

" Quem diria Aliócha!
O que diria seu Stárietz !? "

firma Behemoth e
enrola o bigode.

acende
e passa ao novo herói:

o Primeiro Cigarro Ateu.

Ivan está em júbilo
Dmitri está em liberdade



O demônio está desesperado.

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