sábado, 29 de janeiro de 2011

antes de proseguir. - Roberto Torrance.

Prendeu a respiração por alguns momentos, muito ar muito tempo, ainda não caiu em sí, está caindo de novo.
Abriu os olhos e estava dentro de uma gaveta em uma sala grande, sozinho e com sono.
Fechou os olhos e acordou.
Morreu com 120 anos de idade, ainda feto, e pulou fora de sí, agora lembrou que tinha de ir em frente.
Soltou sua respiração e voltou ao trabalho, quem sabe algum dia ele consegue prender para sempre.

Cagada em duas estrofes- Rolando Vezzoni

(Em homenagem para todos aqueles que ganham a vida fazendo merda!)


Com dor de barriga e azia
ele senta na privada fria,
e tem uma "estercorragia".

Quando termina se livra da sujeira porca,
e um fósforo mascara o cheiro de coisa morta,
depois lava a mão, sai e fecha a porta.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Jeanne - Rolando Vezzoni

O artista levava uma mala,
nela carregava o amor.
A história lembra dele te-lo dito.
Mas,em algo mais acredito,
que escondido nos fez um favor:
Guardou no fundo dela,
para ele e Jeanne toda a dor.
a prova disso se via
em seu rosto no fim de tudo
nada mais tinha
além do que jazia,
seu Modigliani mudo.
Seca lágrima pendia
pintada duma tinta
do tom mais negro do mundo.