segunda-feira, 26 de novembro de 2012

(sem título)- Bruno Santana


Nada espera na noite escura
das estrelas mudas
do céu da lua envergonhada.

Brilhando por nada
a lua calada
Detrás da nuvem
                       miúda
miúda e
apavorada.

Nada espera na noite escura
de gritos velhos
familiares.

A faca na orelha
o prato quebrado
o amor em fúria
paixão é guerra.

Nada espera na noite escura
além do verso
na rima fechada.

Calcule o poema
rime angústia
espere nada.

Mas nada chega
nada fala
aflige
nada.

Desisto da luta
Desisto do amor
Desisto da febre
Desisto do céu

Despeço do canto
Despeço da flor
Despeço da praça
Despeço do som

Mas o canto é a vida
que encantou a flor
assaltou a praça
quebrou o asfalto
berrou vitória:
"
a luta acabou
é tempo do amor
a febre é delírio
o céu derramou
"

Não
NÃO
Não em poemas assim

Despedaçados
Desgovernados
Desperdiçados.

Nada,

Nada espero.

Espero,

Des
espero.

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