quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Das merdas, a menor- Rolando Vezzoni e Bruno Santana


-Meulámigo, tá osso esse tempinho em Sampa.
-Me diga selvagem do concreto, como anda a brincadeira por aí?
-Amplitude térmica de 120 graus.
-Ridículo issoaí!
-Isso porque não começou a chuva, aí é canoagem á pampa!
-Que puta esculhacho!
-E como é verão em Lins?
-Verão de deixar cabra bronco.
-Elabora a idéia companheiro dos confins!
-Complicado explicar, o céu por lá é mais pra baixo... Na metrópole é alto, cinza e empalado pelos prédios... No
interior tudo termina em pasto, o horizonte acaba no pasto.
-Como assim?
-Pronde cê olhe, tem pasto, é o fim.
-E o cheiro, é grama e porteira?
-Não, cheiro de merda.
-Por quê?
-Porque tem curtume e curtume fede pra caralho.
-Por aí é merda, por aqui é bosta...
-É pra cada um escolher o esterco que mais gosta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário