domingo, 4 de julho de 2010

O pretérito do preterido- Anônimo

Reli o que a ela escrevi...


Não é possível que escrevi algo errado.
Não é possível que ela não tenha gostado.


O fato é que gostei e foi sincero.
Saiu do meu íntimo.
Se não atendeu aos seus anseios,
que pena. Adeus.


É tão triste quando se faz algo pensando
ser o belo para alguém e acaba sendo
algo triste, dissaboroso
- ou quiçá asqueroso?


Não posso julgar por ela.
Posso, apenas, por mim.


E por mim foi de coração.
Sincero, com amor, com carinho.


Meus limites literários circunscreveram apenas a exterioridade do que senti.


Pena aparecer agora o verbo no pretérito.
Pior mesmo é estar no pretérito perfeito.
Em breve estará no mais-que-perfeito.
Só isso, então, terá sido mais que perfeito entre nós.
O pretérito.

5 comentários:

  1. Me faz lembrar os meus poemas não-lidos para amores não-correspondidos...

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  2. Gostei muito! Mas o parabéns fica incompleto com a anonimidade do autor... seja quem for, quero mais!

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  3. Eu aqui novamente relendo o poema. É bonito mesmo :)

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