Saiu correndo, não queria ser preso, não lhe parecia uma boa idéia, e foi assim que chegou até aquela cidadezinha no meio do nada, chamava-se “Satisfatópolis”.
Cidade limpa, casas parecidíssimas, havia apenas um boteco que monopolizava o público da cidade.
Sabendo que ninguém lhe acharia ali, tranqüilizou-se, e foi ao tal do boteco, “João sem cérebro” onde ele descobriu, que não vendiam-se entorpecentes, e sim tiravam pedacinhos do cérebro e lhes davam em troca prazer e uma peruca.
Saiu relativamente consternado de lá, e bastante enjoado.
Andou para bem longe e entrou num cinema... Várias pessoas(?) vidradas olhando para a tela, o filme ainda estava para começar... “o dia em que nós achamos o que fazer com os livros”, produzido pela “microcéfalos felizes” e dirigido e filmado por um tal de “ Walter Ego’co Letivo”. O filme se baseava em apenas uma imagem, uma fogueira imensa e vários mamíferos bípedes jogavam livros e mais livros nessa fogueira, (o filme era algo semelhante a um descanso mental de um homem senil com uma doença degenerativa e crônica) depois de alguns minutos sentia sua cabeça explodindo, não dava para continuar ali, o que o levou a sair correndo novamente.
Continuou correndo pela cidade atrás de algo, o qual nem imaginava o que fosse, sabia apenas que não seria como o povo de Satisfatópolis, e também não queria ser preso, continuava não lhe parecendo uma boa idéia... ficar preso naquelas bandas não era uma boa ( dizem que tem paredes brancas como marfim, e a comida é uma massa cinzenta nada apetitosa, e que, se consumida em grande quantidade, causa seqüelas mentais ).
Viu -se de repente correndo sem mudar de lugar, depois que se tocou, olhou para baixo e começou a cair num precipício (maravilhosamente mórbido e interminável) conhecido como “verdade” ou como “conhecimento”.
passaram-se anos, e ele continua caindo, não está na cidade, na prisão e tampouco encima do muro, deveria estar ele em algum tipo de fenda( numa... fenda?)...
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ResponderExcluirÁcido... gostei. Você conseguiu capturar muito do que eu sinto nesse lugar às vezes.
ResponderExcluirIsso me lembra muito eu. Ótimo, adorei!
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