terça-feira, 8 de junho de 2010

Viver, Esquecer ou Recordar?- Lígia Fernandes

Eles se viram, se falaram, se conheceram. Há apenas uma semana se falavam, mas aconteceu. Ele, de modo repentino e apaixonado, se declarou. Ela, em meio a confusão dos pensamentos adolescentes, não soube o que dizer, mas seu sorriso deu-lhe a entender que algum sentimento era recíproco.
A mulher é atrapalhada por si só, imagine com um homem envolvido? Pois é, no caso, eram dois. Ela estava de caso com um grande amigo, o qual tinha fortes sentimentos por ela e vice-versa. Não sabia o que fazer numa situação como essa, a saída era se trancar no quarto, sumir da vida. Chorar. Fora uma época de grande desidratação ocular. E, como se não bastassem as suas confusões, Ele mostrava pensamentos opostos a cada momento - ora sim, ora não; ora quer, ora se desinteressa - e isso a deixava nervosa e mais confusa. Conversavam e chegam em consenso: "paremos por aqui, não vai dar certo. Somos tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo, isso só nos fará mal. Chega.", mas parecia que ninguém se ouvia, pois no dia seguinte voltava tudo como era antes. E ficavam felizes, conviviam super bem até que caiam em si de novo. E vinha a conversa novamente, dessa vez, com desentendimentos e brigas.
Os dias passavam e não se tocava mais no assunto - estava tudo em completa harmonia! - Realmente, estava muito bom para ser verdade! Alguma música, algum texto, alguma frase, algum gesto e toda aquela paixão proibida voltava à tona junto com o auge da felicidade momentânea! E, por sorte, uma felicidade que durava mais que alguns minutos, chegava a uma, duas semanas... E depois, brigavam, discutiam, paravam de se falar. Isso já não era saudável para ambos, portanto resolveram botar um fim concreto e definitivo nisso. Se afastaram mesmo. Não se falam e se vêem apenas quando não é possível fugir. Telefones apagados da agenda e da lista de chamada. E-mails fora da lista de contatos e da caixa de entrada. A foto de plano de fundo no computador? Não se encontra nem na lixeira.
Ele? Quem é ele? Ela? Esqueci. Mas isso é só da boca pra fora, no fundo, apesar de todas as suas confusões, Ela sente. Sente falta das conversas e das discussões. Sente tristeza, raiva. E, cada dia que passa, Ela está mais e mais confusa e tem vontade extrema de sumir da vida. Ele sente também. Sente falta do corpo dela colado ao seu, sente dor. Mas cada vez mais se fecha em seu quarto escuro.Isso já não era saudável para ambos, portanto resolveram botar um fim concreto e definitivo nisso. Se afastaram mesmo. Não se falam e se vêem apenas quando não é possível fugir. Telefones apagados da agenda e da lista de chamada. E-mails fora da lista de contatos e da caixa de entrada. A foto de plano de fundo no computador? Não se encontra nem na lixeira.


"O amor pintam-no cego e com asas; cego para não ver os obstáculos; com asas para os transpor."
Jacinto Benavente y Martinez

"Só há amor quando não existe nenhuma autoridade."
Raul Seixas

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