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domingo, 27 de junho de 2010
Devaneio- Giovana Vilela
As marcas do tempo sempre me encontram. Seja no pé daquela janela de madeira, seja nas rugas da minha velhice precoce. O amor que já não pertence a mim bate na porta novamente. Porém, outra vez me decepciona, indo em direção contrária. E me confunde: não sei se estou aqui ou ali. Permaneço com os ouvidos por perto e o olhar distante. Procuro os olhos dele, enquanto sou censurada por outros. É tudo questão de olhar... e amar. Será que ele pensa em mim? Será que EU ainda posso pensar nele? As mil juras de uma vida entregue àqueles braços me atormentam e me encontram. Assim como as feridas de outrora, durante os constantes devaneios. Tenho medo de me entregar. Sei que vou sofrer. Não sei se vivo o presente, o futuro ou o passado. Cada um com surpresas ou perigos. E o último com mais lembranças. Que sacodem o meu sono e me fazem sufocar. Muito cedo o telefone toca e me recuso a atender. O vento sopra e fica ainda mais difícil esquecer.
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Faz todo sentido! Ficou lindo mesmo. Como um pensamento transcrito, uma coisa totalmente sua.
ResponderExcluirGostei muito! Ao mesmo tempo profundo e cotidiano!
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