segunda-feira, 23 de agosto de 2010

''fabulinha'' sobre a lúcida solidão- Rolando Vezzoni

Não serei irônico, não serei nulo, serei eu apenas um péssimo contador de histórias, desonrado e profano que agora,"em verdade vos diz"... Não mentem para vocês, apenas estupram a verdade até que dela saia um mundo plano com pessoas planas.
Segue a fábula.
...
Era uma vez, num belo dia noturno que ninguém viu, dentro de uma sala branca com uma lâmpada acesa no teto emitindo uma luz branda, logo abaixo dela,havia um aquecedor que envolta deste, haviam cinco cadeiras dispostas uma em frente a outra (e também de frente para o aquecedor) com cinco pessoas sentadas em silêncio. Ao redor da lâmpada haviam cinco moscas, que prosseguiam circulando-a, e se aquecendo do calor que esta lhes possibilitava.
“está frio aqui” disse uma delas (pessoas)(?).
“problema é seu!” disse outra.
Uma terceira levantou, andou em direção a primeira e lhe cedeu um casaco.
Vinte minutos se passaram sem novas manifestação das cinco pessoas.
“me sinto um idiota, eu lhe dei um casaco, agora tenho menos casacos e não recebi nada em retorno... Na realidade deveríamos te matar, pois suas reclamações estavam querendo mudar a harmonia das coisas... Mas por outro lado eu me senti particularmente bem por ter lhe cedido o casaco, e não sinto vontade alguma de te matar nesse momento.”
“é porque você apenas ajudou o próximo dando-lhe um casaco, embora quem lhe de o calor e lhe ame seja o Aquecedor, então ceda-me um casaco e outro para o aquecedor, a mim por ter intermediado a relação sua com Ele!” disse outro com uma veemência absurda, e essa verdade mostrou ao benfeitor uma desculpa para ser-lo, e também lhe ensinou como deve fazer para ser sempre bom sem entrar em débito com Ele.
“verdade! Muito obrigado pela iluminação dada! Lhe devo um pouco de tudo que tenho para aumentar o calor do aquecedor!” disse colocando uma grande parte de tudo que tinha acima do aquecedor e uma outra parte deu a aquele que em verdade lhe dizia.
Nas próximas horas, quatro dos cinco habitantes da sala louvavam o aquecedor, três desses passavam frio e o quarto sendo o porta-voz Dele, não... Um dos cinco não louvava o senhor aquecedor, portanto era visto com repulsa pelos seus conterrâneos.
No dia seguinte ao acordar, o ateu viu três mortos de frio, o aquecedor pegando fogo e o porta-voz morto por sufocamento, sufocado pela quantidade homérica de roupas e luxos que lhe cobriam... Todos nulos por sua crença desproporcional.
O sobrevivente continuou com a razão, e sozinho.
...
essa "fabulinha" não vai para o festival de natal da globo, vai?

Um comentário:

  1. As pedras vem sempre. O importante é saber utilizá-las a teu favor: construa um patamar para ter maior alcance de visão e conseguir melhor mira para devolver a última.

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