quarta-feira, 12 de setembro de 2012

José Revisited 2012 - Bruno Santana


Entre jornais, cafés e cigarros
José cai da cama
de cara
na cara
da existência.

Como um Drummond cibernético
lê 140  caracteres e toma parte
do mundo árabe
da crise europeia
da sujeira do planalto.

A náusea é a mesma:
nos cafés de Sartre
nos bares de Bukowski
nas mesas de Kafka


nos pensamentos do Zé.

Cibernética
Existencial
Pós-moderna
José clama por definição:
qual é de sua angústia?

mas nosso herói está disperso:
tudo é tão grande
suculento
e esse molho é novo?
é novo, não é!?
Sim, sim!
Veio de L.A!

Aquela flor Drummondiana nunca saiu do asfalto
encravou:
empedrou no asfalto
é furúnculo
é  mar de excreta
no peito de  JóZé.

O que fazer?

Os heróis partiram
Os guerreiros morreram
A náusea ficou.
O céu é mais e mais pesado.

E agora, José
mas que porra você fará da vida
José?

Zé!

Nenhum comentário:

Postar um comentário