quarta-feira, 13 de junho de 2012

Atmosfera sombria - Bruno Santana


como passar frio na neblina Londrina
ou estar faminto em Paris;
mas isso, nunca viverei.

Passarei vergonha em uma rua elegante
entre garotas bonitas
e seus seguranças
enquanto ostento uma camisa desbotada
e esgarçada;
assim como a alma dos que vivem bem
comem bem
vestem bem
e cheiram bem.
despeito talvez
Mas, é apenas o que a vergonha causa,

E excita
e cria a Atmosfera sombria;
negra e fria,
na tarde desocupada,
entre livros pesados e músicas complexas
e desenhos preoucupantes
e calculações sem sentido
de uma vida que brota
nasce em negro
e não é cegada pela luz do sol.

Não preciso da noite para escurecer.

Negra para capturar,
toda forma de energia que encontrar
e nunca dividir
nada de si
por que o negro não fala,
o negro escuta,
o negro absorve.

Não preciso da noite para escurecer.

talvez seja uma tonalidade a ser desaprovada,
por pais e professores de pintura,
por encardirem os quadros
mas, em realidade, aqueles que a sabem usar
são os verdadeiros mestres
mestres no escuro.

Não preciso da noite para escurecer.

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