quarta-feira, 29 de setembro de 2010

as flores secas- Roberto Torrance

um relógio constante e cruel, uma escuridão óbvia, homens mulheres meninos e meninas rodeando na imensidão desse corredor finito, que se inicia colorido e agora está pálido, de resto, o corredor é desconhecido, tem uma lâmpada pendente rodando devagar, e nesse trecho existe no centro um algo com que de bizarro, próximo de um fantasma, ou de um exemplo, não se sabe ao certo, este algo recita com voz firme, hora de voz chorosa um poema:

das flores tenho olhos apenas para espinhos,
e desse tão belo nada que já tanto foi vivido
és agora o muito vagar morrendo sozinho,
e junto com muitos aqueles que vem,
as vezes até por um tanto admirar
projetando o fantasma que querem amar,
que com rasas esperanças acabem por secar.
nunca mais verdes das flores secas e cantais das flores tristes, agora que esse monstro percebeu que em algo se tornou, e em outro algo se figurou.

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