domingo, 31 de janeiro de 2010

O trem- Rolando Vezzoni

Cabeça jazia
Do lado esquerdo do trilho
Na ultima linha
Caindo lagrima de pai sem filho

Olhos saltando em desespero
Estava tudo no espelho
Até o medo do trem que vinha
O corpo ainda estava vendo a mesma ladainha

Corpo com medo por não saber
Por nada poder
E sem boca deu um grito
Estava aflito

Uma pena que um corpo sem a sua cabeça
Nunca venha a crescer.
Pobre do corpo sozinho
Preso em seu mundinho

Outro trem logo veio
Cheio mentes mudas,
Massas confusas
A cabeça, o trem acertou em cheio...

3 comentários:

  1. Hum, as rimas. Drummond nos prova que ás vezes não é preciso usar rimas para um jogo de sons, ou para passar sensações, existem outros meios mais criativos. Existe um conto do Dickens onde numa utilização do tamanho das sentenças, do uso de vírgulas e de certas palavras é possível sentir o movimento de trens(kafka é um perito nisso). Embora a simbologia seja muito comum no que você escreve, creio que às vezes podia ser utilizada em outros momentos; ora, se o trem é uma metáfora por que usar "cheio de pessoas burras"? Creio que esses dois versos podiam ser muito mais criativos, por outro lado "massas confusas" é uma bela sentença por ser sucinta, crua, real, mas não simplória, assim, se os dois primeiros versos fossem reescritos(e o terceiro verso não fosse a inspiração, mas o momento de mudança) você teria uma construção bela.

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  2. Não leve as críticas a mal, só estou fazendo algo que talvez eu vá fazer no futuro, talvez até viver disso.

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