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quinta-feira, 26 de abril de 2012
Resposta á carta- Rolando Vezzoni
Não há como pensar forma melhor de responder uma carta sem um remetente, mas dois, e nenhum, do que um versar confuso e arrematado, um poema de anexos e conclusões.
O tempo corre, mas hei de tardar minha partida.
Fugir sem resoluções é arbitrário e covarde.
Sou demasiado travado, evito narrar-te o correr da vida.
Querida, sinto por dificultar, mas só assim agirei.
Estoico, estranho e estúpido, assim de verdade.
Despreocupado, sim, mas não indiferente.
Não se engane, procuro as mesmas coisas, mas mudo meu procurar.
Vou sempre te amar do meu jeito, eventual e distante,
é a moderada oscilação entre a sublimação e o tentar.
Dentre todos os muitos intempéries vitais,
clamo, agora, apenas por seu não agir, despretensiosamente.
Não sofra, mas, sou um melancólico sorridente,
um apático, muito apegado á meu direito de ser infeliz.
Não consigo te proteger, e não quero ser protegido,
se sou assim, não se martirize, pois amo esse sentimento...
...pela simples razão de sê-lo, e não quero tratamento.
Aí o paradoxo, meu problema é meu vetor, e sem ele fico perdido.
E sim, somos assim.
Nosso amor demanda conflito; vivo de experiência e desinteresse, me ajude com condescendência. É, sempre rotos e distintos.
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Sensível, profundo, forte, humano, verdadeiro, cruel, carinhoso, amoroso, construtivo!
ResponderExcluirParabéns.