quarta-feira, 11 de abril de 2012

carta á... - Rolando Vezzoni

Não há como pensar forma mais eficiente de correr uma carta que não será lida, do que um versar dolorido, e sem remetente, um poema de máximas e aforismos.

A manhã já é passado, e vou-me empacotando... tenho de ir.
Prometo que não guardarei razões, apenas a convicção.
Descartei já as culpas simuladas,
junto com os conflitos e torturas.
Lembrarei de bons momentos, e com eles hei de rir.

Pouco importa o pouco importante,
e sei por já ter sido o bastante.
Os traumas eu já tenho... encontrar as frustrações é o intuito.
tenho de ir, a vida figurou-se assim: amo-te muito, odeio-te muito.

A complicada e intensa convivência, é deveras complicada e intensa...
Por isso me afasto desse berço teatral,
para que o meu passado de amor e raiva propensa,
o seja, mas que não vire uma guilhotina umbilical.

Um adeus simbólico nunca é um nunca mais,
mas ainda assim, até nunca mais...
pois...
minha latência me espera com um mundo, e eu quero vê-lo.

entenda, enfim.
A distância provem, não de culpa, mas de ser, e havemos de ser, rotos e distintos.

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