quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Quem, eu me preocupar?- Rolando Vezzoni

Vivia abraçando a morte, brincava com ela no playground sempre que possível, andava apaixonado por ela, mesmo não sendo atrativa para a maioria dos homens. Para alcançá-la pensou em ''chegar junto'' e ver o que acontecia, mas ficou com medo logo quando estava quase lá, tentou também bem devagar, apenas dando indiretas, fazendo todo tipo de coisa que o levasse bem perto dela, ficou um bom tempo assim.
Sobrevivendo e pensando no que aconteceria uma vez que concretizado seu desejo fosse.
Nada, não tinha importância e não fazia diferença, apenas deixaria de existir, e ainda sim, é inevitável chegar até ela. Para que reproduzir, já se tem muita gente no mundo? Mesmo que não houvesse, para que propagar uma espécie predatória como a nossa? Ainda assim não importa definitivamente nenhuma espécie para o universo, que é irrelevante para si por si só, uma vez não existindo consciência, és indiferente para o nada o algo, assim sendo, ou não sendo, as obrigações quaisquer que sejam as de um indivíduo não são obrigatórias para o indivíduo em si, e sim, sacrifícios feitos em troca de algo que se tem interesse, ou o não fazer as obrigações pode, ou não acarretar punições, mas ainda assim... não importa, foda-se.
Agora, abraçava com mais força ainda a morte, se tiver que vir, venha, mas ainda assim, pretende aproveitar com todo o deleite possível a tão desimportante existência, afinal, até Sêneca dizia que é preciso entender a morte para aproveitar a vida.

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